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Minha história com concursos públicos

Minha história com concursos públicos

Comecei este blog para falar sobre concursos públicos. Agora quero contar minha história de vida pra explicar como isso é importante pra mim.

Tudo começou quando eu ainda estava no colégio. Eu tenho um irmão mais velho, com dez anos de diferença entre nós.

Após concluir a faculdade, meu irmão não foi efetivado no estágio que ele fazia no último ano. Durante algum tempo ele procurou emprego, até fui com ele uma vez pela Rua Vinte e Cinco de Março aqui em São Paulo, nas vésperas do Natal (que aventura), no fim ele não conseguiu ser contratado. Passados quase cinco anos ele foi chamado no concurso da Nossa Caixa Nosso Banco, atual Banco do Brasil, para os mais novos.

De fato, a força do exemplo é muito importante na educação das crianças. Depois de ver a dificuldade do meu irmão, decidi que tentaria buscar minha colocação profissional direto com concursos públicos. Também pensei que precisaria ter uma renda própria para pagar um cursinho vestibular (sempre sonhei em estudar na USP). Sem isso não teria condições financeiras.

Foi assim que me inscrevi nos primeiros concursos. Curiosamente também em bancos públicos, os próximos de nível médio que abririam à época.

Logo após terminar o Ensino Médio, preparei-me durante dois meses para as provas da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, com uma apostila que reunia todas as matérias que cairiam.

Pois bem, quando recebi os resultados não podia acreditar. No Banco do Brasil fiquei na casa dos 500 classificados, mas na Caixa passei entre os 40 primeiros!

Só havia um pequeno detalhe que ainda não mencionei… Estávamos no primeiro semestre de 2006, eu tinha apenas 17 anos completos. Como esperado, fui convocado para fazer os exames na Caixa. O psicólogo até tentou me ajudar: disse que pediria algum exame para atrasar a posse. Não teve jeito, assumiria o cargo em uma agência do lado da minha casa em 04 de setembro de 2006. Mas meu aniversário era só no dia 20.

Cheguei a consultar uma advogada pra saber se poderíamos fazer algo a respeito. Ela sugeriu impetrar um mandado de segurança, mas achamos que daria pouco resultado já que o edital já avisava que a maioridade era requisito para assumir.

Fiquei três dias triste, achando que tinha me esforçado tanto à toa. Mas durou pouco, logo depois saiu o edital para o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, com um salário maior que o dobro do da Caixa.

Com isso me animei de novo e voltei aos estudos, despertando o interresse pelas carreiras jurídicas. Novamente passei entre os 500, o que é muito para a realidade do TRE.

A partir de então prestei para o TRE-RJ, para a Prefeitura de São Bernardo do Campo, para o Tribunal de Justiça de São Paulo e para o Tribunal Regional Federal da 3ª Região.

Comecei então a virar um concurseiro profissional! Estudava em média 6 horas por dia. Daí tirei uma primeira lição da vida de concurseiro: a preparação deve começar muito antes de o edital sair. É muito corrido e às vezes quase impossível estudar com cuidado toda a matéria só depois da publicação do edital.

Após essa leva de provas esperei pela homologação dos resultados por uns seis meses. Nesse período percebi mais algumas coisas. Primeiro, é muito importante estudar o tipo de prova e a forma de correção para melhorar os resultados.

Por exemplo, acertei exatamente o mesmo número de questões nas provas do TRE-SP e do TJ-SP. 29/30 de português, 26/30 de direito, 10/10 de informática, 5/5 de raciocínio lógico e 5/5 de atualidades. Só que no TRE a prova de direito tinha peso 2, e todas as outras matérias tinha peso 1.

Já no TJ português tinha peso 2, e as outras matérias juntas peso 1. Resultado: minha média ponderada no TRE foi 8,4; no TJ 9,4. No TRE passei entre os 500 primeiros, no TJ passei em 18º lugar.

Em segundo lugar, notei que nas salas em que fui fazer prova em média 15% dos inscritos não compareciam. Em terceiro lugar, percebi que mais ou menos 5% dos inscritos estavam realmente preparados para disputar as vagas. A grande maioria não acertava nem metade da prova.

Claro que isso foi a um bom tempo, em 2007. De lá pra cá os concursos público estão bem mais concorridos. De qualquer forma, uma lição que tirei pra mim é não se impressionar tanto com o número de inscritos. A maior concorrência é com você mesmo.

Passados os meses sabáticos, finalmente fui convocado. Pra minha surpresa para vários lugares de uma vez só! Recebi as convocações do Banco do Brasil, da Prefeitura de São Bernardo e do TJ-SP. Escolhi o TJ em Dezembro de 2007 pelo salário e por ter gostado de estudar direito. Estava com meus 19 anos de idade.

Apesar de já começar a trabalhar, não abandonei os estudos. Após alguns meses no TJ foi publicado o edital para o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região. Alguns colegas, principalmente os estagiários, achavam que eu estava querendo demais. Eu já tinha um bom cargo, poderia “amarrar o burro na sombra”.

Nesse momento aprendi mais uma lição: posso ouvir conselhos, mas devo decidir com a minha cabeça. Não é porque as pessoas ao redor estão satisfeitas com as metas de vida que eu não posso querer mais para a minha. Ter objetivo de crescimento pode atrair inveja dos outros, mas só você é responsável pela sua vida.

Fiz a inscrição afinal, o salário e a estrutura dos Tribunais Federais me pareciam bem melhores, no TJ só depois de um ano que eu estava lá é que disponibilizaram computadores para todos os servidores. Usei muito do material que tinha para as provas anteriores, acabei ficando na faixa dos 200 colocados.

Com esse resultado dei uma pausa nos concursos públicos para esperar ser chamado no TRT. Comecei então meu projeto de fazer faculdade. Durante o ano de 2009 fiz um cursinho extensivo para o vestibular de direito da USP, gostei bastante das carreiras jurídicas, assim queria me manter nessa carreira.

A época do vestibular foi bem atribulada. Faria o ENEM naquele ano para conseguir mais pontos, só que a prova foi roubada e o exame adiado. Também seria a primeira utilização de um novo modelo de provas na Fuvest, era difícil ter uma previsão do rendimento necessário para passar, notas de corte, etc.

Mas não foi só isso, após fazer a prova da 1ª fase, o TRT me convocou para assumir como técnico! Tudo aconteceu ao mesmo tempo. Planejei para tomar posse no dia 18 de dezembro de 2009, véspera do recesso na Justiça Federal, porque assim poderia focar apenas no estudo do vestibular.

Quase não deu certo, tive um problema com minhas férias no TJ, tive que fazer requerimento de conversão em pecúnia às pressas e torcer para dar tempo. Consegui e assumi no TRT na data prevista.

Fiz a segunda fase da Fuvest nos dias 4, 5 e 6 de janeiro de 2010. Entrei em exercício no dia 7. Um mês depois recebi a notícia que tinha passado na USP!

Com a faculdade e o trabalho, já ocupando um cargo em Tribunal Federal, realmente pausei os concursos. Não tinha muito descanso, tirava férias do serviço para estudar para as provas.

Somente no final da faculdade, em 2013 e no 4º ano, voltei a pensar em concursos. Agora iria prestar para os cargos de Analista, de nível superior. Só que o ritmo dos estudos não era o mesmo de antes, não conseguia estudar todo dia e quando conseguia era no máximo por 1 hora.

Ainda assim sabia que queria melhorar na carreira, por isso não desisti. O primeiro concurso que prestei depois de todo esse tempo foi para o MPU. Apesar das dificuldades fui bem, passei na faixa do 180º lugar. Só que o prazo de validade do concurso expirou e eu não fui chamado.

No começo de 2014 saíram quase juntos os editais para o TRF da 3ª Região e para o TRT da 2ª Região. Juntei um mês de férias no trabalho para poder me dedicar a esses concursos. Queria muito passar.

No meio do ano vieram os resultados. No TRT fiquei na faixa de 280, no TRF fiquei em 43º…. Parecia que o filme estava se repetindo, agora tinha passado para um cargo de nível superior antes de terminar a faculdade, não tinha nem os créditos nem havia entregue meu TCC ainda.

O TRF estava com pressa, em menos de um mês me chamaram para o exame médico. Dessa vez não criei expectativas, nem compareci. Fiquei mesmo esperando a fila andar no TRT.

O período econômico posterior não ajudou, foram mais de três anos de angústia e ansiedade esperando ser chamado. Às vezes tive medo de o concurso expirar e eu não conseguir. Mas finalmente no segundo semestre de 2017 assumi como analista no TRT. É o cargo que ocupo até hoje.

Mas esse não é o fim da jornada. Agora comecei minha preparação para os concursos da magistratura. Cheguei a prestar o I Concurso Unificado da Magistratura do Trabalho, mas fiquei na primeira fase, só acertei 50% da prova.

Este novo desafio é mais difícil, porém não vou desistir até conseguir passar. Vou precisar voltar às origens e lembrar de tudo que aprendi. Devo decidir meus objetivos e tentar buscá-los. A preparação deve começar muito antes de existir edital aberto. O meu maior concorrente sou eu mesmo.

Agora quero compartilhar esse trajeto com você, que também está se preparando para concursos públicos da área jurídica. Juntos vamos nos ajudar e discutir as matérias. Vou colocar dicas e observações das matérias que estiver lendo. Também vou resolver questões de concursos anteriores nas minhas redes sociais. Segue lá para estudarmos juntos.

Essa é a minha história com concursos públicos. E você? Qual a sua história? Conta aqui nos comentários.

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